terça-feira, setembro 6
Andei desacordado por ruas desniveladas e espúrias, incrédulo de que o tempo pudesse estar nivelado ao presente à minha volta. Lugar escuro, sombrio, morto. Lembrei de minha indecente, estúpida e inútil capacidade de me perder, e o fiz. Assim foi. Andei perdido e sem rumo por becos imundos e úmidos e por ruas vazias e atordoantes. Estava descalço. As únicas formas de vida que podia ver eram estranguladoras enroscando-se em árvores podres e moscas zunindo aos meus ouvidos, mas eu nem ligava. À frente, leste, o Sol começava a erguer-se, e sua luz captada por minhas pupilas dilatadas pelo escuro desatinava meus pensamentos. Mas eu estava feliz, feliz por ver que o Sol voltara a nascer. Feliz por sentir seus raios lentamente penetrando minha epiderme e deslizando suavemente através da derme, fazendo eu me lembrar que ainda estava vivo. Acordei. Minha caminhada fora apenas um sonho, mas eu permanecia feliz, porque mesmo sendo um sonho, o Sol realmente voltara a nascer por trás das colinas, e sua luz irradiava meu quarto, atravessando as ventanas entreabertas.
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