sexta-feira, abril 22

Kamimi - O Choro dos Imortais

Um breve vento sopra, levando consigo intermináveis gritos calados e silenciosos. Aqueles gritos que tentam, tentam e continuam tentando sair, mas acabam ficando presos em meio a tanto desespero. Os olhos de todos, primeiramente tomados por uma forte sensação de bravor, batalha e vitória, tornam-se incontestáveis olhos de uma depressão visível. Lágrimas escorrem sobre os rostos, antes orgulhosos da vitória, e agora tristes pelo o que se foi. Todos lamentam o que acabara de acontecer. O mundo para. As lágrimas escorrem. Os sonhos destroem. As ondas, o mar, silenciam-se. O vento não sopra mais, e não arrepia os cabelos daqueles que o sentiam anteriormente. Os cães não latem mais, e todos são tomados por dores banais. Sob a luz da estrelas, uma breve e extremamente brilhosa estrela-cadente anuncia o choro dos imortais.
Helen, filha de Hades, morrera por seus companheiros, demonstrando toda a sua bravura, coragem e determinação. Seus olhos, ainda abertos, pareciam estar felizes. Carregava consigo o perfume das flores de um belo amanhecer. Sua boca permanecia sorrindo, mas seu corpo inerte, agora caído sobre o chão, contestava o fato de que ela se fora. Jeffrey, seu irmão, caminhou até ela e colocou a mão sobre seu rosto, e fechou seus olhos, enquanto uma dolorosa gota de lágrima escorria sobre seu rosto e caía sobre o rosto de Helen. Ele não se aguentou, ajoelhou-se perante a ela e chorou intensamente, de tal forma que parecia que seu choro banal jamais acabaria. Todos lamentavam, e tentavam disfarçar as lágrimas que escorriam sobre o rosto.
Perséfone, comprometida pela dor de Jeffrey, colocou sua mão sobre o coração de Helen, e fez uma prece para que Zeus a eternizasse. Zeus atendeu, e o céu brilhou intensamente. Do coração de Helen, saíram luzes da aurora, e voaram até o céu, formando a imagem de uma constelação. As estrelas formaram a imagem de uma garota com lindas asas de Fênix, que dava a impressão que jamais se apagariam. Assim, Jeffey abraçou Perséfone, que deu a ele uma flor tocada pelos pés da Fênix, e que mesmo que morresse, sempre reviveria. Perséfone abraçou-lhe fortemente, dizendo:
- Que esta chama, agora flor, seja como Helen em seu coração. Que nunca, por nada nesse e nos outros universos, se apague. Você para sempre se lembrará dela, e pode ter certeza de que para sempre ela se lembrará de você, eternizada na constelação de Fênix.

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