segunda-feira, maio 21

Os deuses estavam em festa. Eles acabavam de criar o ser perfeito, cujo qual carregava as características de cada um deles em si. Acima de Reitan, Keinan, Darui ou Nagareboshi. Seus poderes não se comparavam aos dos quatro grandes semideuses, mas a sua alma era a mais pura do Olimpo.
Uma luz iluminou a grande mesa dos deuses. O recém-nascido brilhou, e com uma forte luz e um estranho ruído se duplicou. Agora, eram gêmeos. Eram diferentes, bem diferentes. Porém duas características conferiam em ambos: cabelos ruivos e cintilantes olhos verdes. A ceia dos imortais estava, agora, completa.
Todos riam, gargalhavam e contavam piadas. O clima lá no Olimpo nunca esteve melhor. Darui e Keinan brincavam com as crianças, enquanto Nagareboshi segurava minhas mãos. Nos beijamos. Afinal, aqueles eram nossos filhos. Pareciam crianças normais, mas foram enviadas pelos deuses. Ah, não sei se contei, mas eram um menino e uma menina. Seus cabelos eram tão ruivos quanto os de Nagareboshi, e seus olhos tão verdes quanto os dela também. Pareciam muito com a mãe.
Poseidon me chamou ao canto. Ele me parebenizou, e disse a mim que aqueles crianças seriam abençoadas tanto quanto nós, seus pais. Olhei para o lado, fitei os bebês e abri um sorriso. Então, dirigi minha mão ao bolso, e de lá tirei um colar. Dei a Poseidon. Dentre todos os meus pais, ele era o meu preferido. Assim como Zeus era de Darui, Atena era de Keinan e Afrodite de Nagareboshi. O Deus dos Mares aceitou o colar com um sorriso, e em troca me deu um amuleto. Não soube bem o que era aquilo, mas apenas agradeci. Ele então me convidou a voltar para lá, junto de meus filhos. Que bom que o fez, pois eu estava muito ansioso em apresentar-me para aquelas crianças.
Dirigi-me a eles. Nagareboshi os segurava no colo, mas quando me aproximei, deu o garoto a mim. Estávamos tão felizes, que mal podíamos expressar. Os olhos de Nagareboshi corriam lágrimas, e instintivamente, os meus o fizeram também. Aquelas crianças eram nosso sonho desde o nosso casamento.
Zeus se aproximou, e colocou a mão sobre os ombros meu e de Nagareboshi. Ele sorriu, e pediu à Nagareboshi qual seria o nome da garota. "Ágata", respondeu ela. Os deuses comemoraram, então, o nome do novo membro da família.
Zeus então voltou-se a mim, e pediu qual seria o nome do garoto. Pensei um pouco, pois afinal dar um nome é uma decisão difícil de tomar, uma vez que ele permanecerá assim pelo resto da vida. Olhei bem fundo nos olhos do menino, e soube a resposta quase que instantaneamente. "Emanuel", disse eu. E os deuses comemoraram mais uma vez.